quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sétimo dia.


Quanto tempo faz?

Não queria dizer isso, mas hoje sei qual foi o dia que vi seus olhos mais tristes.

E de repente ficou claro que eu que os fiz assim. Não sei se cabe perdão, porque você foi cruel também, é.

Achei que machucando você minha dor pararia, ficaria boa, e estancasse.

Mas não, ainda doeu um tempo depois de eu te sussurrar o meu gozo.

Não me arrepende a tua ferida.

Abriria teu peito de novo, faria mais uma vez seu coração em pedaços.

Gritaria bem baixinho que você foi apenas e tão somente apenas.

Falaria pra você me deixar, porque você me deixou,

Na chuva, no ponto de ônibus e aqui...

Me deixou esperando e com esperança que viria.

Me deixou esperando mesmo sabendo que você nunca ia.

Te mataria em domingos de manhã, a beira do mar,

Te mataria às quartas,

Mataria enquanto escovo os dentes.

E mataria em praça pública.

Eu não sabia, mas viveria te matando incessantemente,

Viveria querendo que você morresse,

Pra então chorar essa morte, me arrepender, querer de novo, deixar que morresse,

E, começar tudo de novo.


*imagem Eduardo Recife.


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