sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Cinco dias com ele.

Papai Noel?

Existe!
Coelhinho da Páscoa também!
Existe querer dormir abraçado no calor.
Existe seu quarto deixar de ser seu quarto e ser o lugar das frases seguidas mais bonitas:

"-Você é especial pra mim independente do que acontecer."
"-Você já era especial pra mim antes de acontecer qualquer coisa"


Meu quarto.

Existe andar horas sem se esbarrar e fazendo amor com as palavras.
Existem exceções.
Existe alguém se encaixar perfeitamente no seu pescoço.
Existe saudade do que se vive... Assim, no presente.
Existe querer brigar pelo que não se sabe.
Não se entender o que desentende e confunde.
Existe eu querer te beliscar só pra ver se você volta correndo pra me dar o melhor beijo.
Existe estar apaixonada em 2 minutos.
Existe terminações nervosas se concentrarem nas mãos e tão somente nos pés.
Existem calcanhares amantes.
Existe eu apertar seu bumbum em praça pública só pra você brigar, sabendo que você ri por dentro.
Existe acordar no susto, não acreditar que é seu nariz na minha bochecha.
Existe planos infalíveis de te trazer pra mim.
Existe saber que algumas coisas não vão acontecer e que talvez resida aí a nossa beleza.
Existe ter certeza de que todas as possibilidades estão de baixo desses pés.
Dos nossos.
Existe você me ensinar mais coisa do que eu considerava querer [poder] aprender.
Existe poesia e corpo, junto.
Existe não ter a menor idéia e ter todas elas.
Existe ser cafona de tão melosa.
Existe Você
bolo, filme, minha casa, leblon, glória, areia, miojo, passarinhos.
Existem Eu.
Existe querer mandar a merda, mas só pensar em quanto é a passagem e que final de semana aí vai estar mais bonito.

E nem sei como.
Ou sei demais.
Por não saber se tem lugar pra mim em você.
Por achar que eu entrei pela janela e fiz bagunça.
Eu não sei não estar no controle.


E, além de tudo... Existe a certeza maior de que nada que eu escreva vai chegar perto do que foi longe e aqui.


Agora é de vocês.


*Imagem:fffound

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mito da caverna.

Estamos presos na caverna de nós,
Fazemos altares e somos pagãos.
Nos transvestimos.
Alegóricos!
Múltiplos e ao mesmo tempo multilados.
Mutilados.
Só somos livres na idéia.
E, no momento que te conto a idéia que tive,
Puf!
Me prendo.
Correntes, sombras e luz.
Quando pulsamos, somos.
O Bem.



Da arte de fazer trabalho de faculdade 5 minutos antes da apresentação.

terça-feira, 18 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

continha.

Em um mês acontecem revoluções.
Eu?
Experimentei novas formas.
Fui xingada por um mendigo.
Cerca de 5 vezes carros e ônibus passaram na poça e me deram banho.
Perdi a hora 3 vezes.
Chorei umas 15.
Sai pra beber umas 7 vezes.
Andei de barca umas 18 vezes.
Fui ao cinema 2 vezes.
Senti saudade uma vez.
Encontrei com 56 conhecidos.
10 amigos.
Esbarrei com um amor.
Fui a lapa umas 10 vezes.
Tive uma maravilhosa boa notícia.
Tentaram me assaltar uma vez.
Fui a Novo Rio 4 vezes.
Quis por alguns 3 dias só ter ido uma.
Há 20 dias gostei de ter ido 4 vezes lá.
Pensei em desistir de tudo e virar hippie 30 vezes.
Comi miojo 5 vezes.
Acordei alguém 4 vezes.
Fui a uma vernissage.
Acordei pensando em alguém 25 vezes.
Tive 20 crises alérgicas.
Não dormi uma vez.
Fui feliz 27 dias muitas vezes.

Merda! Tô atrasada de novo!
Coloco na conta do mês que vem?

No próximo mês? 23!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pasteur

"De tanto eu te falar, Você subverteu o que era um sentimento e
assim, Fez dele
razão pra se perder, No abismo que é pensar e sentir."_Rodrigo Amarante_

Antes, ela sabia que era só ter paciência e explicar. Aquele entendia.

No fim das contas ele não era tão ruim assim, ou era demais. Ele sabia dela e se culpava todos os dias, por sabendo dela ainda assim trair sua confiança cada dia um cadinho.
No último dia de amor ele contou a ela que o que mais lhe doía era ter machucado a pessoa mais importante da vida dele.

De repente tudo ficou claro e escorreu. Ali mesmo. Na rua. Chovia e ela não sentia enquanto encharcava. Ela já estava chovendo por dentro há dias. Água não fazia diferença.

O tempo passou e ela entedeu que nunca entenderia.
Importou ângulos novos.
Raio de Sol. sabe?
Comprou flores, arrumou a casa.
Tudo em ordem.
Ficou uma coisa boa. Dizem que hoje não tem mais nada.
Mas, quando ela lembra dele sente um calorzinho bem lá no fundinho.
Sabe que estão bem. E ele libertou ela do medo.
Sabe aquele filme V de vingança? Então, ela sabe que nada pode ser pior, nem mais traição do que foi aquilo.
Ela tá livre, como a personagem da Natalie Portman. Você estranha ela rir assim? Ela aprendeu a reconhecer que nada é tão triste, nem deve roubar tantas lágrimas e dias brancos.
E, no fim, foi bonito. Foi o começo.
Ela perdeu aquela versão chata, pasteurizada. De quem só fala quando tem certeza, de quem só sente quando pode. Ela é absurda.
É fratura exposta em cada curva. E quer saber? Ela vira madrugada, ela chora, sabe que no fundo de tudo, de tudo mesmo... O que conta é quanto amor e quanto se deu.
Ela mede seus dias assim.
Muita gente não merece, e ela tem pena deles. Ela é especial porque quer. E quer muito. Quer o mundo e todas as pessoas dentro dele. Dizem que ela é marciana.
Agora, ela aprende que tentar colocar as coisas em ordem é esforço mútuo.
E, que tem batalha que é perdida. Ela cutuca, futuca. Sabe a hora de deixar quieto.
Depois de manter na casa só livros, beijos, músicas.
Ela deixou que um menino novo tocasse nas suas costas.
Até ela-às vezes- desiste.



quinta-feira, 6 de maio de 2010

Coceirinha.

E aí que é assim....
Cê tá quieta, feliz com a sua vida, recuperada, emprego novo, corte de cabelo, amigas ideais, casinhos satisfatórios, viagem eminente.
Tudo tranquilo, tudo numa boa.
Esse negócio de achar o cara ideal nunca te apeteceu. As procuras da sua vida geralmente são coisas mais táteis como: o jeans ideal!
Esse sim você se ocupa de procurar!
Ou quando mais metafísicas -sim! você é profunda, oras!- procura uma boa leitura, uma religião, algo que faça a manutenção dessa paz. Que é como acordar domingo e ficar na cama ouvindo o barulho de sei lá o que, mas é baixinho.
Aí cê tá bem... Tá tudo muito bom...
Eis que aparece a sarna.
Sarnas que são incrivelmente prazerosas. Que te fazem rir no meio do dia. Sozinha.
Que te deixam boba.
Até aí... Uma gracinha!
Você continua numa boa.
As sarnas quando ficam na camada mais superficial da vida são mais fáceis de curar.
Mas, você- entre um happy hour e um samba- de repente, se dá conta que a sarna tá ficando mais séria.
A vontade de arrumar outras coceiras diminui... Ou em casos mais graves acaba!
Você tem se coçado com uma certa assiduidade. Deus! Você se coça a cada ciclo do seu dia?!
O negócio então começa a ficar bom! Ou a ficar sei lá. Aquilo que você não sabe explicar.

SARNA! SARNA! SARNA!

Menina, sua vida é incrível! A maré tava maaansa que só, tinha que arrumar isso????!!!!

Aí, quando você se entrega sem reservas...
Sim! Nós temos! Mulheres pós-contemporâneas aprenderam desde novinhas que:
1) sem camisinha não rola;
2) se ele não sabe é porque não quer (sabemos que não é bem assim, mas melhor pensar que sim);
3) A maior verdade de todos os tempos [que deveria virar mantra]: "Acabou o milho, acabou a pipoca!"

E, mesmo sabendo de tudo isso e lendo Foucault antes do café da manhã, você se entrega sem reservas. Logo você... A mais durona e que se auto-intitulava cascuda.
Entrega e em um segundo tá sabendo como desempelotar, onde fica o sana, qual a escalação do grêmio [sendo que me contaram que você era mesmo botafoguense doente!], qual é o nome de todos os trocentos irmãos que a Sarna tem.
Aí, neguinha, você começa achar fofo que o seu sobrinho que não sabe nem o nome da sua prima saiba o dele, que ele te chame de "mulher", que ronque no primeiro estágio do sono, que ele não possa estar aqui hoje mas deixou seu cheiro no lençol.

A merda tá feita!

Não se dá nome a sentimentos e pulsa. A sarna vira uma ferida boa e você não se preocupa mais se ela vai fechar, se dá trabalho, se vai gangrenar, cair e levar um pedaço de você.
Sarna boa é sarna coçada!

E não adianta, sarna, vir com papo mole. Vou te coçar até cansar. Depois a gente muda de lado e começa de novo.
Depois a gente compra uma pomada e manda entregar na gente.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Msn-me!

Camilinha diz:
*ele foi viajar hoje né?
*olha a musiquinha que ele me mandou como scrap
*acho que estamos mesmo namorando...aquela coisia seria
*de falar coisas bonitinhas
*de sentir saudade...de gostar
*acho que isso é de verdade
*rs
Annanda diz:
*isso é musica???
*aii que fooofo
*vou chorar
Camilinha diz:
*nao conhece essa musica?
Annanda diz:
*nao!
*de quem?
Camilinha diz:
*da blitz
*é nos somos fanaticos em blitz sabe?!
*ahahahaahha
*compramos ate o cd e ficamos escutando no carro
*é algo romantico isso
Annanda diz:
*pqp
Camilinha diz:
*ter uma musica do casal...
*ahahahahahaah
Annanda diz:
*vou vomitar e ja volto!
*hahaa
*sacanagem!
*é lindo camila!
*mas não me acho uma boa amiga!
*uahuajhauhauhauahuaha
*to desiludida! hahahahhahahahahahah
*sabe essa fase?!
*preciso de uma semana!
*mas eu to feliz por vc!
*de verdade!
*tirando a parte da blitz
*nessa parte.. acho triste!
*porra! blitz?!
Camilinha diz:
*hahahahahaahahaha
*é pq foi a musica quando resolvemos mesmo nos assumir...no fds em cabo frio....
*meus priminhos...filhos da renata dançam blitz...
*entao foram 24 hs escutando 3 musicas ...
*ai marcou né?
*mas nao vamos ficar falando disso..vc nao tá merecendo escutar
*tá mal
*vai ficar pior!
Annanda diz:
*vc é muito escrota!
*hahaha mas boa amiga!
Camilinha diz:
*hahaahahaha
Annanda diz:
*to rindo alto
*e li pra minha mae
Camilinha diz:
*aii annanda
*ela vai pensar mal d mim
Annanda diz:
*vai nada! Nada que já não pense...hehe
*Cara, só penso assim: um me levou o juízo, o outro a esperança... o próximo traga uma cerveja e tá tudo certo!

Da arte de rir e acabar com a não-reputação do blog profundo.

domingo, 2 de maio de 2010

Meu caro,

Não preciso de nomes. Aliás, esqueci de perguntar... Você tem um?
[Diante de tantos e tantas, acho difícil que consiga te chamar de uma coisa, uma palavra.]

As coisas estão bem duais e estou em um bifurcamento.
Não lembro, não lembro.
Não tenho provas e meu coração esquece de palpitar.
Sinto lhe informar, você não foi embora.
Essa semana enquanto exorcizava cada pedaço- vestígio, delírio e vontade- que sobrou aqui, percebi que tem coisa que dói.

Resignificar dá trabalho.
São dorzinhas homeopáticas, às vezes sufocam... Aí eu vou pra rua.
Às vezes eu caio bem fundo em mim, aí fica mais fácil levantar... Apesar da vontade [ainda] ser deitar em você.
Mas, isso é só até eu pensar em tudo que é. De fato, tem coisa que passa a ser plana. É esforço. Parabéns.
Sabe, você tinha razão... Eu realmente tenho 25mil amigos. Fiz uso de cada um essa semana.
Foram cinemas, pizzas, chopps, riso de doer a barriga, conversas, músicas.
Olhares cúmplices.
Mas, independente deles, não tenho me sentido sozinha.
Nos primeiros dias mais, agora menos, tenho me sentido com você.
Você vai e volta muitas vezes pelo dia.
Vai quando eu não lembro como é seu rosto. Volta quando eu lembro do seu beijo de olho aberto.

“é pra te ver me beijando”

Vai quando estudo, corro, trabalho, acordo cedo, como rápido, vou pra outro canto.
Volta no lençol branco, no chaveiro que eu nem tinha reparado ser do coiote, nos amigos que perguntam de você, no bar do Victor, no cheiro de cigarro.
Vai e volta quando me sinto idiota por ter, querido, mais.
Querido demais.
Alguém que ainda não. Nem veio e nem foi. Nem sabe.
Eu que acordo na minha casa, e tenho essa cidade inteira que te lembra pra te esquecer.
O samba é um bom aliado. E eu não sei quanto tempo faz.

Desde que me entendo por mim, eu escolho mais, escolho amor. E, não é de se espantar...Se eu choro demais, ou aperto o peito como se fosse a última vez. Desejo o bem e deixo a bagunça acontecer.
Não sei se é real, pra você parece demasiadamente fácil.
E sabe quando sacamos a do outro? Eu sei que não é, só pouco. Então, paremos com isso. Esses.
De tudo que consigo escrever sinto pouco ou demais.
E o que eu tento não pensar me pega no meio da ponte.
Você nem existiu.

“Quando acordar vou sentir sua falta”

-Alice pro chapeleiro em Alice no País das Maravilhas [em 3D].-