quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Pra quando passar meu carnaval...

Sabe que de todas as coisas que eu guardo pra você, essa era a que eu tinha mais medo de te dar.de te dar ao mundo...
É porque eu nunca fui, ou deveria, assim com ninguém além de mim.
E é de mim ser minha.
E, quando eu desejava algo era isso e ponto.
A gente nunca vai se perder...
Me aconchego dentro de você.
Faço seu fígado de travesseiro.
Me aperto pra caber...
Logo logo, me cubro com as víceras...
Conto costelas pra dormir.
Quando acordo faço cócegas no teu coração.
Bebo as águas do teu rim,
Procuro algo no estômago... me mata essa fome!
Como, me mata essa fome!
Como e me mato essa fome.
Olho sua pele por dentro.
Invado teus pensamentos...
Brinco de falar na tua boca.
Ouço o que quero em seus ouvidos.
Se me espreguiço te tomo inteiro.
Não sabia como estava em você.
Piso com seus pés.
Me faço carinho com essas mãos que são nossas.

Me pergunto: Como podemos existir???

Te amo a mim.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

De repente sou eu.

De repente você é meu.
E o que sinto é certo.
Como aquele cabelo que não devia cair sobre a testa,
Mas sempre esteve ali.
Sobre o riso fácil, sobre a mesma graça.
Sobre tudo que fui quando estava distraída em te observar.
Sobre mim.
Piso forte no meu caminho, com a certeza de que cada passo pra ir é um que posso dar se quiser voltar.
Só em mim. Sozinho em você.
Que abraço gostoso!
Que saudade da gente apertada!
Sozinha em mim descubro quanta gente tem aqui.
De repente acelera e aquieta.
O que em mim.
Transtorna.
Me entorna.
Eu não me importo mais com aquela bagunça.
Elas vão para o mesmo lugar.
E, eu continuo onde sempre fui.
Dizem quando é fundo dessa maneira há de ter um próposito.
Soube desde o primeiro que esse seria o último.
Você acontece em mim.
Sem que eu me dê conta, você se torna todo um pouco eu e muito de mim.
Pode ir.
Pode e vou.
vôo.
Aceitar todo esse erro é começar a acertar.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Porque voltar também é ir.

Pra voltar pra minha vida,
Atravesso e a ponte é a mesma.
Meus passos estão mais firmes,
E já sei em que buracos não caio,
nem joão,
nem josé,
nem nenhum me cai,
nem me tem, nem me faz.
E, eu também...
Não desisto mais da casa,
Cor de rosa descascada,
Do arroz que eu fiz,
Da topada que eu cuido.
Vou voltar pro meu carrinho de compras,
Para os textos que me falam mais.
Pra no fim do mês fazer eu as minhas contas.
Volto pra onde eu me tive,
Onde pode ser e é.
Lu, Be, Mah, Helô, Gui, Rê, Japa, Bahia, Mari, Perê...
Sílabas ora tão faladas e falantes...
Volta!
Volta que voltei!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

"carta para gioconda"

Recebi sua mensagem, e só aí me dei conta que não sou mais.
Não sou mais aborrecida pelos teus atos, nem pela tua falta.
Você não esteve só naquele dia.
Eu estive só uns dias.
Você não esteve enquanto eu chorei a toa.
Enquanto eu provei cachaça da boa.
Você não esteve quando eu descobri que nossos sonhos eram furadas.
Nem quando eu me apaixonei pelo cara errado.
Você não está aqui quando eu vejo o teatro da morte na platéia.
Nem está aqui quando neva, nem quando eu saio pra pescar.
Mas, espera!
Não volte!
Não tem pelo que lamentar!
Nada é o mesmo, não há de lutar para ficar igual!
As nossas fotos de adolescência ainda guardam a beleza daquilo tudo.
Mas, não me peça para ser a mesma.
Não fui.
Não dá.
Tudo não muda.Mas nada que a gente fale vai melhorar.
No próximo natal talvez eu te ligue, ou compre um presente.
Fala para seus primos que voltou a passar aquela série que eles gostavam.
E, outro dia eu ri das nossas brigas e da certeza de que tudo é eterno.
Não fica triste com nada disso que eu escrevi, é tudo bobagem dessa cabeça.
Você não me conhece mais, mas ainda sabe.
Quando eu começar a conhecer te chamo pra contar...
Se a gente ainda quiser saber.
Saudade.