quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Se alguém perguntar por mim..."

Sim, Estou por aqui.
Bom, houve quem me dissesse que minha vida mudaria muito porque ia morar na Europa.
Como se aqui fosse algum universo paralelo onde não existissem problemas, nem dores...
Como se os trabalhos se fizessem sozinhos, e cansaço fosse coisa de terceiro mundo.
Como se desilusões, dorzinhas, coisa mal curada, assunto mal resolvido, pinimba e micose se resolvesse com o simples fato de que existe um Oceano de distância.
Não vou mentir... As coisas ficam mais fáceis.
Ando por ruas que não me dizem nada, por isso eu digo a elas...
Tem uma rua aqui perto que vivo contando pra ela como suas esquinas se esbarram com meu futuro,
Tem uma transversal a terceira rua a esquerda da minha casa que sempre conto como é no Brasil e que mesmo no sinal vermelho a gente não para, ela fica boba, ri e se mostra pra mim... Ela tem varais e é tão européia da parte dela ser assim.
A minha rua é a mais colorida.
Conto pra ela todo dia como gosto de estar aqui, de como ela não representa nada além que eu.
Eu cada dia um pouco um sonho tão sonhado.
De qualquer maneira os problemas existem.
Meus vizinhos são fofoqueiros, Marina é boa demais pra mim.
Meu tênis novo abriu no meio de um temporal e não tinha meus pais pra me buscar, nem me ajudar a secar.
Escrevo errado de tanto falar línguas misturadas... Falo italiano, espanhol, inglês e turco ao menos uma vez ao dia cada.
Já estou enrolada até o pescoço com histórias que eu nem queria que fossem minhas.
E, por não querer as quero e são minhas até demais.
Pois é... O jetlag não me fez mais simples.
Os dilemas insistem. Pra sempre ou até amanhã?!
Peço um café, compro feijão enlatado.
Sinto muitas saudades de você.
Muita mesmo.
No início saudade não existe, a gente fala só pra quem ficou não ficar mais triste. A saudade é quase educação.
Mas quando ela acontece é forte, cara.
Queria ir em casa rapidinho, abraçar meu mundo e voltar.
É engraçado quando eu sonho que estou em casa, acordo chamando minha mãe e quando dou de cara com uma parede vermelha mal acredito que estou aqui.
Quando ouço o ronco da Marina, caio em mim. Começo a flutuar.
Triste porque me faltam abraços, vozes.
Feliz porque me sobra amor. Me sobre amor.
Hoje um dos meus meninos favoritos respondeu ao meu drama de sempre- "Você me abandona, Rá!"-
"Impossível eu fugir do meu coração, impossível te abandonar."
Anoto no meu diário [aqui] pra não esquecer nunca.
A gente não se abandona, mesmo quando não pode estar.
A gente se ama e coração nenhum cai no Oceano.
Não se iludam. Amor fica na gente até a hora que tem que ficar.
Mas às vezes é do outro lado do mundo que a gente encontra o lugar pra estar.
Corre na janela, eu estou lá.

ps.: Ganhei o concurso "Crônicos!" da Editora Multifoco. Vou ser publicada!!! Um dos textos que postei aqui vai ser ilustrado e sair em uma coletânea com outros textos vencedores, inclusive o da minha dear Karol Gonçalves (quase uma editora daqui rs). Isso tudo é muito surreal!!! (A hora que li o email com o resultado foi um dos momentos mais felizes). Registro aqui meu carinho e gratidão aos que sempre lêem essas coisas - cada dia mais - desconexas da minha cabeça.
Os comentários e força e toques e críticas foram a força motriz do blog e muitas outras coisas que não se encerram em palavras.
Uns mais, outros muito mais foram inspiração pra mim.
Não sou jornalista, sou amadora e escrevo aqui justamente por isso.
Quem me conhece sabe como isso é importante pra mim e importante também é dividir coisas boas.
Obrigada do fundo da cabeça.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Do que se pensa, devora, se é e vive.

Quase um folk de tão repetido.

Todas as lâmpadas incandescentes aqui de casa queimaram.

O incêndio foi instantâneo.

Como o macarrão que fazemos todos os dias...

Um macarrão nunca foi tão gostoso quanto aquele que eu deixei no prato antes de comer com garfo, faca e pernas aquele que era o meu destino.

Talvez, o grande problema do Homem seja mesmo o presente.

Quem vive de futuro não morre.

Queria que você fosse futuro, eu.

Queria o há Devir.

Devir é só futuro.

Um passo de dança!

Ignorar não é não pensar nisso todos os dias,

Nem é pensar.

Não consigo não estar aqui, e estando aqui até o amanhã é presente.

E, tudo que provo começa, lentamente, a ter gosto de passado.

Sabe aquela história gasta de sentir saudade de agora?!

Existe.

Me auto-censuro em todas as linhas, pra ver se encontro de uma vez um ponto final.

Mas as reticências fazem parte de mim... Assim mesmo: exibida.

Tem muita gente me fazendo feliz no caminho, quem sabe esse não é o sentido do presente?!

Shhhhi! Não descreva nada que suscinte, que me resolva, nada que sustente.

Gosto assim. E, que venham desabamentos, só pra dar trabalho de construir tudo outra vez.

Só pra eu pensar em uma maneira diferente de montar isso exatamente pra mim.

Deixemos o caos fazer moradia, montar um ninho, um loft, ser furacão!

Nada é contínuo, sejamos, então, contíguos!

sábado, 9 de outubro de 2010

Tele.


Sabia que "Tele" significa aproximação?!


Tudo faz sentido agora, né?!

Aprendo sobre linguagens, Apolo, Dionísio...
Sabia que com a evolução do crânio muitas mulheres morreram de parto?! Até o séc. XIX, as cabeças entalavam, isso não acontecia antes porque os crânios eram pequenos.

Sombras e Luz.

Um professor jurou que a sombra é a plena manifestação da luz.

Eu diria que a luz é plena manifestação de mim... E, as sombras são a música que embala o que a minha luz dança.
Tô egocêntrica pra cacete e filosofia parece se tratar só e puramente do meu umbigo e do Universo absurdo ao meu redor.

O Mundo é gigante e acho que mataria minha mãe se nascesse agora.
Estou um pouco entalada no ventre da mãe que me pari agora.
Acho que é a tal vida de que me falaram.


Tele visão.

Tele cinética.

Tele patia.

Tele fone.

Tele você.

Tele eu.

Tele Tele.


Povo, tenho saudades!!!

Daquelas das boas...

Vivo com um riso bobo entre os lábios...

Vivo curtindo como é bom ter tanta gente na minha vida.

Engraçado como cada rua que nenhum de vocês nunca esteve me traz vocês ligeiros.

É uma curva, uma corzinha, uma lenda, em mil facetas vocês se revelam.

Mas, isso é só às vezes... Porque como vocês teimam em repetir, eu obedeço...

E, acima de tudo: Vivo.

Tenho o peito cheio e a cabeça vazia... A
cabeça roda e tô tendo acesso a novas bibliografias...
Autores tão inéditos quanto eu aqui.

E, talvez nesse mês e meio essa seja a décima morte.

Cabeça vazia que tem espaço pra sonhar, no infinitivo!

Ando infinitiva.


*Imagem fotografada de uma revista [perfeita] chamada Egoísta, editada pelo Cassino Estoril.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Do que chega e aquilo.

Sabia que nome não tem tradução?

Fecha o olho pra ler isso, ok?!
Desistir quando é questão de sobrevivência,
Não desistir quando é sobre viver.
Sobre amor!
Encontra ele dentro de você e multiplica.
Quando é o seu edredom e seu futuro que estão em jogo.
Presente!
Quando dormir abraçada ao seu ursinho é questão de não morrer de frio.
Vestir a armadura de manhã... Tem vezes que espero até a tarde,
Deixo amanhecer.
Frio de dentro.
Deixo ver acordar... O mundo!
Mundo, sabe?
Encontrei você em uma praça ou foi dentro de mim?!
Assaltante.
Cambaleei quando nos vimos pelo vidro...
De que lugar mesmo? Quantos carimbos?
Se não fosse tão grande, poderia confundir com um espelho.
Quem falou em futuro aqui?!
É só presente, e até amanhã é presente e depois é presente.
Só ri, me abraça e conta uma piada que não faça o menor sentido.
Só me tira daqui, porque é aqui que eu quero estar.
Enconstado, um de cada lado. De novo, de novo.
Eu também não entendo nada.
O globo a brincar de desencontrar, encobrir e descobrir e trazer.
As nuvens saem dos meus pulmões,
Vertiginosa.
Quando estive lá no alto, percebi que podia sempre voltar a voar.
Não se preocupe em falar a minha língua...
Entendo alguma coisa nos olhos- e mesmo que não- Eles dizem as mesmas coisas que calamos.
Que não nos dedicamos a aprender demais.
E, repetimos simples... Empenhamos sentimentos na fala.
Que tua preposição conjugue o verbo que talvez seja mais pessoal que indireto nessa ortografia que ainda não acordamos.
Tudojuntoesemvírgulasquepausaépraquemtemtempoaperder.
Não perco mais a razão, mas às vezes ela não cabe na bolsa.
Adorar vem da garganta, sai pela boca e invade.
Sempre teremos o google translator, não?!
Boa viagem,
pra gente.