domingo, 28 de fevereiro de 2010

Trechinho.

Melhor assim.
Sem prejuízo.
Com pré-julgamento.
Te sentenciei hoje.
E não falo mais.
Calo.
A boca e no cotovelo.
E amanhã?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Esquece.

Mesmo.
Tudo que eu teimei em falar.
Repetindo o mesmo tombo.
Eu não falo com outro.
Falo comigo.
Nem sempre um tá bem.
Nem sempre tá tudo mal.
Depois de tanto mescla...
A gruta e seus espelhos assustam.
Aguardo a madrugada.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ai.

Tento entender como não machucar quem tá perto da gente. sabe?
A vida tá igual a uma panela cheia de óleo e no fogo mais alto.
Quente, nada saudável e sem tempo pra pensar.
Quem fica do lado acaba sendo respingado.
O tamanho do estrago não dá pra saber na hora.
Às vezes vira bolha, e eu não tenho nem tempo de colocar pasta de dente na pele de quem eu prezo.
Às vezes não machuca tanto.
Às vezes vira mágoa.
Hoje eu fiquei triste comigo mesma.
Acabo e começo deixando de lado.
De lado amigas de verdade.
Que estão quando o calo aperta.
Que trazem todas as cores em embalagens lindas até mim.
Vou escrever alguma coisa bonita, pra ver se elas entendem que isso é só fase.
E que tudo que eu corro é pra poder logo dançar ao lado delas.
Não posso pedir desculpa, porque a culpa é minha mesmo.
Perdão é pesado.
Virar gente grande é mais difícil do que me contaram os filmes.
Vou ligar.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sobre rosas e machados.

Aquela vontade de não querer.
Quando já quero.
O silêncio entre a mensagem que jogo engarrafada no mar,
E o vento que me sopra o que acontece aí.
O sonho desperto ofegante da certeza do queixo, da palavra, do inteiro.
Do anúncio de que isso existe.
O aperto no peito que dá quando entro em um ônibus e sei que ele não vai chegar aí.
Que eu ainda não posso chegar aí.
Que o aí é só daqui.
A vontade de usar todos os pronomes possessivos.
A censura em não usá-los.
De conjugar isso em todos os tempos.
Porque onde existe você ainda tem um outro pedaço.
Enquanto esse pedaço existe.
Co-existo.
Existe a vontade de que passe rápido.
Quantos anos mesmo?
O impulso em ser doce.
Em dar colo, pernas e calor.
Te entregar em mãos o que já não é mais de outrem.
Eu li que é tempo de Sol.
É leve.
E nesses versos...
É meu.
Somos.