domingo, 2 de maio de 2010

Meu caro,

Não preciso de nomes. Aliás, esqueci de perguntar... Você tem um?
[Diante de tantos e tantas, acho difícil que consiga te chamar de uma coisa, uma palavra.]

As coisas estão bem duais e estou em um bifurcamento.
Não lembro, não lembro.
Não tenho provas e meu coração esquece de palpitar.
Sinto lhe informar, você não foi embora.
Essa semana enquanto exorcizava cada pedaço- vestígio, delírio e vontade- que sobrou aqui, percebi que tem coisa que dói.

Resignificar dá trabalho.
São dorzinhas homeopáticas, às vezes sufocam... Aí eu vou pra rua.
Às vezes eu caio bem fundo em mim, aí fica mais fácil levantar... Apesar da vontade [ainda] ser deitar em você.
Mas, isso é só até eu pensar em tudo que é. De fato, tem coisa que passa a ser plana. É esforço. Parabéns.
Sabe, você tinha razão... Eu realmente tenho 25mil amigos. Fiz uso de cada um essa semana.
Foram cinemas, pizzas, chopps, riso de doer a barriga, conversas, músicas.
Olhares cúmplices.
Mas, independente deles, não tenho me sentido sozinha.
Nos primeiros dias mais, agora menos, tenho me sentido com você.
Você vai e volta muitas vezes pelo dia.
Vai quando eu não lembro como é seu rosto. Volta quando eu lembro do seu beijo de olho aberto.

“é pra te ver me beijando”

Vai quando estudo, corro, trabalho, acordo cedo, como rápido, vou pra outro canto.
Volta no lençol branco, no chaveiro que eu nem tinha reparado ser do coiote, nos amigos que perguntam de você, no bar do Victor, no cheiro de cigarro.
Vai e volta quando me sinto idiota por ter, querido, mais.
Querido demais.
Alguém que ainda não. Nem veio e nem foi. Nem sabe.
Eu que acordo na minha casa, e tenho essa cidade inteira que te lembra pra te esquecer.
O samba é um bom aliado. E eu não sei quanto tempo faz.

Desde que me entendo por mim, eu escolho mais, escolho amor. E, não é de se espantar...Se eu choro demais, ou aperto o peito como se fosse a última vez. Desejo o bem e deixo a bagunça acontecer.
Não sei se é real, pra você parece demasiadamente fácil.
E sabe quando sacamos a do outro? Eu sei que não é, só pouco. Então, paremos com isso. Esses.
De tudo que consigo escrever sinto pouco ou demais.
E o que eu tento não pensar me pega no meio da ponte.
Você nem existiu.

“Quando acordar vou sentir sua falta”

-Alice pro chapeleiro em Alice no País das Maravilhas [em 3D].-

6 comentários:

Mario. disse...

Selvageria!!! Morô?

Karla disse...

incrivel esse amor todo, mto bom de ler.
Quando vc acordar vc pensa nisso...por enquanto só sonho.
mto bjos

Clarissa Benvindo disse...

Isso chama-se "amadurecimento".

Bem vinda ao mundo dos adultos.

Beijo.

Flávia Guilherme disse...

Lindo, mas triste.
me lembrou uma música do Gram:
" Bem atrás da casa havia uma linda flor
Você nem viu...."

Karol Gonçalves disse...

Ainda não comentei, não que não tenho lido umas 3 vezes seguidas, não que não seja lindo e dolorido como a vida é e joga isso na nossa cara... Não comentei pq não é preciso mais nada!

Épico!

Karol Gonçalves disse...

"Vai e volta quando me sinto idiota por ter, querido, mais.
Querido demais."

Poesiiiiia, Bial!