sábado, 9 de maio de 2009
Eu mato.
"Don't give away what you can't live without, and if you do, make sure you get his, too."
-John Mayer-
O que eu faço com o espaço de vocês?
O que eu faço com esse bem querer, que levei anos pra construir?
O que eu faço com as notícias...com os segredos..com as piadas?
Não me ensinaram fingir direito que nada passou por aqui.
Não sei o que fazer com retratos, com a bolsa que foi presente, com a bola que me deu no zoológico.
Fico paralizada diante desses vestígios do que foi tão bonito e parece, entulho no fundo de armário velho.
O cheiro de naftalina que os dias ganharam só não é maior que a vontade dos dias correrem, das semanas acabarem, dos meses passarem por isso...dos anos, quiçá, me trazerem de volta daqui.
Não sei onde guardar o casaco da sua mãe, a vontade de mostrar o trabalho pra sua, a falta que vocês deixaram.
Vocês adorariam saber do violonista turco que me deu aula de chorinho.
Abriu-se um clarão.
Tem um espaço e parece que é no meio do peito.
Que quase não me deixa respirar, naqueles segundo que eu acordo e penso:"tenho que contar isso pra eles"
"eles" não existem mais.
"eles" não são e nem foram.
"eles" não tentam, não moram, se deram.
"eles" não me dizem, não me mostram, não brigam e calam indiferentes.
"eles" resistem e ainda existem na gotinha que sai tímida no canto de um só olho-é só o que deixo transbordar deles ainda.
Sufoco vocês dia após dia.
E, nesse homicídio diário, trago fumaça de vida pra conseguir respirar.
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3 comentários:
Oh, meu bem...vai passar. isso é fato.
E a volta será triunfante, assim como você merece!
Gostei,mas não gostei!
"É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom
Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante"
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