Decidiu parar, isso não a levaria a lugar algum, e ela nem precisava ir a lugar algum, ela estava onde sempre esteve, onde havia de estar, esperando seu menino-velho voltar, ou chegar, como na primeira vez. Na primeira vez que seus olhos pousaram sobre ele, ela já tinha certeza que aquilo ia demorar, que no início podia ser até pouquinho, mas que a primeira vista, era dele que ela queria mais.
Ela nem conseguia lembrar se teve uma vida que não ao lado dele, e deve ser porque não teve mesmo. Que não de Inverno, Outono, Primavera e Verão. Ele, Ele, Ele, Ele. Não sabe mais se tiveram filhos, se foram felizes para sempre. “É desse pra sempre que todos falam?!”- pensava... E, pensava.
A velha já não lembra bem se em um dos finais de semana que ficavam juntos, ele resolveu jogar tudo pro alto e ficou dormindo no colo de moça, e tiveram uma vida longa e enrugaram juntos ou se eles haviam se separado na segunda semana, se não agüentaram tanta poesia em corpo, em dia a dia. Não sabe mais se viveram juntos além dos sábados e domingos que, durante décadas, inventaram um compromisso qualquer para os outros, que justificasse a ausência e para que, enfim, pudessem se trancar em um quarto.
Não sabe se ele enganava a mulher capial pra vir ter na cidade grande, ou se na sua casa só morava ele e a saudade dela, e fotos que eles não tiraram espalhadas pelo sofá e coladas nas paredes, ela nem sabe se era com ele que acordava toda segunda. Ele existiu?!- se pergunta. Ela chega a duvidar se passaram cinqüenta anos ou se ele acabou de partir,ou ainda, se tem meses que ele foi embora e, em alguns dias ela vai atravessar um oceano pra estudar artes e esquecer um pequeno enorme amor, que faceiro lhe faz pensar em ficar um pouco mais.
Quem sou eu?!- Se perguntam.
2 comentários:
"Que faceiro!"
Minha nova gíria!
Estou teorizando que quanto mais uma coisa não leva a lugar algum... Ficamos rodando rodando... Aproveitando a brisa nos cabelos!
Até ficar tonta!
E fim.
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