sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Esbarrão II e partida.

E, sem que pudessem prever ou impedir o tempo passou, amigo ou contumaz...
Era de se esperar, mas eles não esperavam ser assim... Tão tempo.
Deveria existir carteira de habilitação pra amar e se acostumar com as brincadeirinhas do tempo, alguma coisa que sinalizasse: Esses podem amar! E, só assim poderia se começar uma história, um amor. Dessa maneira ninguém iria se perder, nem se culpar, só iriam se embolar o necessário pra esquentar quando é noite e faz frio.

Ela tinha certeza que não se entregaria, mesmo com tanta cor e, por isso, se deixou levar. O garoto metido a homem, seguro de que era entregue, não entregou tudo que tinha. Se tudo já era dela, porque precisaria dar?! E, dava, sem anúncio, tudo que tinha do lado de dentro. E, dava falando que não daria, que ia embora, que ela era tudo e amanhecia.

Como a habilitação para amar faz falta! Calhou d’eles serem enrolados. E, de tão parecidos, quando acuados agiam como bichinhos e machucavam, mesmo quando só falavam de música, Sol, versinhos e carinho. Cafuné sabe?! Eles não... Destilaram algum veneno, fora de linha e rabiscos.

Mesmo assim, entre nenhuma outra tinha qualquer coisa igual, ela era a única que ele conheceu e nem tentava encontrá-la nas noites brancas do mato, na curva do rio que não havia de estar, ela era só ela e por isso tanto. Já a menina, ficou na Lapa, procurando em alguma esquina o que não sabia mais, teve o Rio inteiro que lembrava ele, pra esquecer. E, não esquece porque entre duzentas bocas, a dele era a única que continuava a querer e a procurar em erro em outros. Ele homem, enfim, partiu. Como partir quando parte também o próprio peito a cada passo em frente?!

Ele aprendeu tão novo e sozinho, ela aprendeu a ficar.

Um comentário:

Karol Gonçalves disse...

"Como a habilitação para amar faz falta! Calhou d’eles serem enrolados. E, de tão parecidos, quando acuados agiam como bichinhos e machucavam, mesmo quando só falavam de música, Sol, versinhos e carinho..."

Habilitação para amar é muito bom!
Ainda não consegui tirar minha carteira!
O DETRAN vive me reprovando!
Por isso que prefiro passaportes!