quinta-feira, 17 de junho de 2010

Balancete.





"Não quero lhe falar meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos." (Belchior)

Então, em 23 anos o mais duro aprendizado é que não interessa o quanto você se esforce, algumas coisas não são pra você. Ou não foram pra mim.
Aprender sobre guarda-sóis foi moleza, difícil é fincá-los na areia.
Foi difícil também aprender sobre a morte, e como ela não espera ninguém estar preparado.
Morte de gente morta, de sentimento, de gente viva, de nózinhos.
Difícil aprender sobre arrependimento, que aquele final de semana que eu escolhi pra passar com minhas amigas, foi justamente o último final de semana do meu avô aqui... E ele fez batata frita e esperou por mim. Isso foi difícil.
Aprender que garotas de 14 anos que dançam de calcinha com as amigas no quintal ouvindo Raimundos, não sabem que alguém realmente eterno vai...ali, agora. E, que culpa ocupa um puta espaço.
Unha encravada, nota errada, chuva inesperada... Isso... Isso passa!
O mico na porta do colégio, o vestibular, o trote, a dor de barriga quando vê aquele menino com aquele sorriso... ah... passam!
Aliás, poucas coisas não passam pela gente.
Algumas, aprendi, atropelam! Quando a gente vê... Já foi!
E, aprendi, quase ao mesmo tempo, que o quanto a gente se esforça conta muito. Querer com o corpo inteiro, acordar cedo, contar moeda, fazer surpresa, ser um pouco mais, um tanto, além.
Isso conta!
Conta pra deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo.
A minha parte eu [quase] sempre fiz. A minha parte no acordo comigo mesma de ser feliz a beça.

-Hoje, Senhor/Forças do Universo/Alá/Tupã/Joaninha do quintal, Hoje, eu dei o meu melhor!

Hoje eu fui incrivelmente eu.
Pulei da cama e tomei banho! Não sai da cama e tô há 2 dias sem sabonete! Hoje, o meu melhor foi não reclamar, ou reclamei de tudo... sem parar!
Hoje consegui enfiar 28 fandangos na boca de uma vez só!
Acho que o que aprendi que viver bem, não importa o que, é a melhor resposta.
Que no fim das contas o que vale é a capacidade que alguém tem de esquentar nosso coração.
Sair de convenções do tipo: Se pisam no seu pé, você deveria se sentir assim, assssado.
Nããão! Abaixo coisa normal!
Viva o genuíno!
Viva o que se sente!
O que não faz sentido, justamente porque é deveras sentido.
Viva a paz que é aceitar o que tem no peito.
Que é poder arrumar o que tem jeito,
Que é aceitar tanta coisa e amar todo e cada e seu defeito.

Sábado, dia 12... Dia dos namorados e meu,
Tive tantas surpresas e no último minuto do segundo tempo a minha torcida me mostrou que todo amor que se dá, se tem de volta.
Seja na forma de um lacinho que encontrei jogado na minha cama, depois da banda passar...
Seja em visitas inesperadas, em cerveja gelada, em gente que saiu de campo carregada... Meu jogo de futebol foi a prova de que a escalação tá em dia, e que com meus torcedores em campo, jogando, o campeonato, o mundo... é meu!

E falta pouco... Ou não falta nada.

-Obrigada ao Senhor/ Forças do Universo/Alá/Tupã/Joaninha do quintal, hoje eu tive o melhor!



3 comentários:

Karol Gonçalves disse...

"Viva a paz que é aceitar o que tem no peito.
Que é poder arrumar o que tem jeito,
Que é aceitar tanta coisa e amar todo e cada e seu defeito."

Olha ela e ainda rima!

Karol Gonçalves disse...

"Seja na forma de um lacinho que encontrei jogado na minha cama, depois da banda passar..."
Sou eu! Sou eu e tenho um lacinho igual!

Karol Gonçalves disse...

Meu presente:

http://bebendochuva.blogspot.com/2010/06/my-dear.html