Será possível a falta do que ainda não tive?
Dos lugares que ainda não fui?
Desde muito nova tenho uma ânsia de ver tudo. Ir aonde.
Ficava triste só de imaginar que não haveria tempo. É um pensamento meio estranho demais, incomum demais para uma criança...
Mas o tempo passou...
E, de repente, percebi que alguém, alguma coisa ou eu mesma, criou, criamos, criei um sentido para que essa falta de tempo, vôos, passaportes não significasse falta, desperdício de vida.
É estranho, e pode não fazer muito sentido.
Mas alguns momentos me fazem quem sabe dispensar uma visita ao Uzbequistão.
Algumas pessoas que cruzam meu caminho me mostram que talvez não seja tão necessário assim conhecer todas as ruas de Praga.
Afinal, por mais que eu não tenha na palma de minhas mãos todos os tickets necessários para conhecer o mundo...
Tenho!
Tenho, em alguns instantes, alguns segundos, por dia, semana, mês ou ainda mais esporadicamente, o deleite inenarrável de estar diante de seres tão incríveis quanto se pode ser.
Se pode... Sê!
Se pode... Seja!
E é assim que minha ânsia é controlada.
Entretanto não pensem que desisto de todo o mundo.
Talvez o Uzbequistão fique para uma próxima.
Um amigo diz que eu sou um tanto “menchevique”, no sentido de que busco referências externas para resolver questões internas.
Não sabe ele, nem o resto do mundo, (ou sabem?), que só procura algo quem já achou o que procurava.
Procuro o mundo, por que um dia o encontrei.
Sinto falta do que nunca tive, por que já tive.
E continuo querendo mais tempo, mais vida.
Porque assim foi, assim é...
Continuará sendo?
2 comentários:
eu fico triste ao constatar que não lerei todos os livros que desejo,por uma questão de tempo.mas aí alguém disse q o paraíso será uma espécie de biblioteca!
me acalmo de vivo em paz!
Me sinto presa as vezes quando olho pra fora, mas não quando olho pra dentro.
Quando olho pra dentro tudo é tão maior, que sempre dá tempo. Sempre dá. =)
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