quarta-feira, 8 de julho de 2009

De um tempo atrás.

Então isso é a dor,

A dor cantada há milhares, e há anos,

Isso é dor,

A dor das cantatas, dos sonetos,

A dor de Orfeu, Romeu, Shakespeare e a minha.

Essa é a dor,

Ela não é tão bonita quanto queria.

Nem tão assustadora,

Ela não tem tantos acordes, Bach!

Ela é silenciosa, cortante e grita calada.

Ela é uma espera na janela,

Uma pose vazia e aparente feliz,

Ela é o que não volta, é a revolta do que se quer cuspir.

Mas, se engole,

Me engole.

Tantas e muitas...

Dor.

Que tenta os dias felizes e ensolarados,

Dor que mora onde não existe mais nada, só reverberações de harmônicos inaudíveis.

A dor vestida de chumbo, olho bem,

Fito-a nos olhos!

Nos olhos sem fundo, que me mostram o que ninguém devia ver,

Olho-a bem, pra reconhecer de longe, quando a brisa da felicidade me beijar de novo,

Nova!

Suave, fresca, matinal,

Na fronte do meu rosto, da minh’alma.

Olho a dor para reconhecer a alegria quando ela chegar.

Chegou.

5 comentários:

Flávia Guilherme disse...

Annanda, você é fantástica. Você é linda.
Como pode escrever de maneira tão perfeita, tão maravilhosa?
Suas palavras me encantam...
Demais.

*Que bom que a dor passou. Quero te ver bem feliz sábado no anuversário da nossa querida.

Beijos.

Jessica disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Karol Gonçalves disse...

UAU!!
NEM QUERIA COMENTAR, PQ PARA QUE NÉ?!
PERFEITO!

MERECEU CAIXA ALTA!
HAHAHAAHHAAAAA

Karol Gonçalves disse...

Mas a dor de Orfeu e Romeu juntos é incomensurável.

Karol Gonçalves disse...

"Ela é silenciosa, cortante e grita calada.
Ela é uma espera na janela,
Uma pose vazia e aparente feliz."

Roubarei esses versos,senti com meus fossem, qualquer dia uso!