Talvez no dia em que eu não signifique mais ímpar, nem ser sozinho.
Nem ir dormir com minha cueca do tigrão enquanto o Rio faz amor seja a melhor opção.
Sabe, ãs sextas e véspera de feriado é só ficar em silêncio que se ouve pelas ruas da antiga capital brasileira os gritos e sussurros, os mocinhos ensaiam tapas, vinho e lulu santos.
Às cariocas bastam o jeitinho delas andarem e a fingir que acreditam nas promessas que já cansaram de esquecer.
Ou no dia em que eu resolva gritar o grito entalado na garganta, como no dia em que descobri que o cara que eu julgara- tão estupidamente- ser alguma coisa estava há três anos fudendo a minha melhor amiga. É feio falar isso né? Me soa tão amargo... Mas, feio mesmo foi quem fez.
A eles restou o cinza e quiçá alguns buracos negros n`alma.
Quem sabe no dia em que eu fale que goste e possa ficar, que não explique minha paixão sem me desculpar 'Que não justifique oceanos como única razão para não casar, comprar geladeira e falar que você é muito mais lindo de pijama do que pode supor.
Que as milhas possam ser contadas em centímetros, ou nos passinhos que meus dedos tem que dar pra chegar ao seu umbigo, as feridinhas do seus braços. E, talvez nesse mesmo dia eu não precise mais esperar mais que cinco minutos pra te ver.
No tempo em que montanhas-russas sejam certeza e traduzam-se em beijinhos ao pé do ouvido.
No exato dia em que eu puder ser de verdade, falar em manhãs e finais de semana.
Talvez nesse dia as constelações resolvam parar de tilintar em minha homenagem, o mundo decida girar ao contrario e volte ao exato instante que eu não devia ter nos deixado escapar... foram muitos.
Não sei se devo me sentir burra, ou se entendo... É estranho reconhecer um sorriso depois de ter acreditado em tantas próteses.
Tenho dedicado meus dias a antropologia, tento entender o Homem pra ver se entendo você, busco a Humanidade e acredito que ela possa me fazer desistir de pegar o próximo vôo pra andarmos de bicicleta.
SAssim, sem promessas, só as variantes de quem pode ser tudo.
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