sexta-feira, 26 de junho de 2009

e agora?

e agora?
Tudo que você faz com...
Você já fez mais por mim.
Então, era mesmo o que eu achava que era.
Era o que eu via.
Eu sempre soube então...
Você amou, quando eu prestava atenção e não via.
Podia ter sido mais inteiro como a bandeira que você levou durante tanto tempo.
Você é o que não foi.
Porque não sabe ser.
Essas poucas linhas não me servem pra entender. Eu sempre soube.
Me rio inteira...De tanta coisa que não pude.
E me agradeço por ter deixado ir.
Tem coisa que nasceu não sendo pra gente poder ser.
Hoje vi que você era uma metade, eu que fui inteira.
Não porque eu sou boa...só porque escolhi melhor, escolhi verdade.
Não tive tempo de agradecer o amor fugidio, que se escorava nele mesmo e que se bastava de me ouvir.
Não quis agradecer o carinho de quem não quis e só se sabe querendo.
Não pude te contar o que a gente foi, a gente foi mais do que queria e muito mais do que imaginava.
A gente foi mais do que contava no papel, e menos que parecia.
Menos do que poderia e do que pode. Porque só pôde isso.
A gente foi o que você fotografa ser hoje, mas a gente sabe que não é.
Só que a gente era mais bonito, mais sonhador e mais poesia.
A gente era o que você nunca vai ser sozinho.
A gente era o que eu sou sem você.
A gente era eu.
Querendo não ser, nem estar.Querendo ficar, pensando em ir.
E, hoje a gente é eco.
Eco sozinho. Eco que reverbera nele mesmo, sem ninguém pra ouvir, nem falar.
Eescrevo esse eco, porque tenho pena dele...Ele se repete mas não me tem mais pra viver.

3 comentários:

Flávia Guilherme disse...

Tem coisas na vida que acontecem somente por que tem que acontecer. E acontecer é diferente de ser. Passa, muda, se esvai... triste de quem perde a chance de ser feliz. Ou simplesmente não era pra ser.
Ou era pra ser?
O que é, é o que se torna real..e o que passou, passou...
Sorte de quem lhe tem...sei da sua estrela. Ela é enorme!

Karol Gonçalves disse...

A verdade que todos somos eco.
Tentamos nos reinventar inutilmente e sempre procuramos versões da mesma pessoa: do primiero amigo, amor...ou do último!

Karol Gonçalves disse...

"E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora? "


Drummond