quinta-feira, 31 de março de 2011

Um par.

Cara, o negócio é... Saudade não passa: aumenta!
A cada dia amo mais as escolhas que fiz.
Amo mais quem eu conheci e me torna mais florida, radiante, extrema e feliz... Quase boba de tão feliz.
Fico triste, mas até a tristeza é feliz.
Certeza que amor deixa as coisas mais bonitas.
Escrevi pra Istambul ontem pra falar que a vida é mesmo surpreendente.
Conheci uma menina do Canadá que contou uma história linda, que esquentou o peito, reproduzo:
Ela mora com uma dinamarquesa, um inglês, um canadense e um brasileiro... Eles se conheceram enquanto estudavam em Lisboa em 2009 e vieram todos morar no Brasil um período... Juntos outra vez!
Não sei ainda pra onde eu vou, mas aprendi que amor é a força motriz... É o carimbo mais importante em um passaporte, é aprender que se tem pra onde ir, voltar...
Por quem atravessar... Essa semana, uma quinta, um ou dois Oceanos... O tempo.
Vou atravessar a gente.
Deixar pra trás e esperar a próxima maré.
Te carregar como todos os desenhos que fiz e vou fazer.
Sentir atemporal.
Já sabia que sempre soube.


quarta-feira, 23 de março de 2011

free fallin.

Só pra ver se quietinha isso passa... Vou poupar as letras dessas rimas azuis que insistem.

Hoje me disseram que amor é a coragem de admitir pra si mesmo que alguém é mais importante que você e seu umbigo.

Depois disso ele imitou algo que me lembrou o que eu deveria me esforçar pra esquecer.
Até penso em tentar, mas nada me parece melhor do que a brotoeja que nem de bebê que o frio faz nos seus braços.

terça-feira, 15 de março de 2011

2 semanas.




Um alguém muito querido me ensinou algo... Ele me ensinou muitas coisas, mas a que está na minha cabeça desde que voltei pra casa e que decido o que fazer com isso é alguma coisa como: ir para não ficar... Ou: não vão para permanecer.
As possíveis traduções que encontramos são quase exatamente contrárias, mas nesse momento parecem falar da mesma coisa: EU.
Ele que de tanto ir parece que fica, me disse que as coisas seguem...
Não sei se vou porque não posso ficar, ou não quero.
Ou se vou justamente pra permanecer, essas coisas que teimam em ser eternas.
Nem sei se vou.
Que a gente só é feliz porque não dura pra sempre... Como se vida só existisse com Utopia.
Entendendo isso é liberado brincar de eternidade.
Ou buscar a graça que se tem em querer entender o que já se está careca de saber...
Promessas, coisas bobas, superficialidades...
Junto tudo e declamo a minha velha nova vida: -Ficar, ir, estar: Vocês, verbos intransitivos, só me cansam e confundem.
Decidi Ser. E, sendo assim: Hoje, como ele me disse... Hoje é o que existe.



segunda-feira, 14 de março de 2011

"Hey, soul sister"

Acabo de sufocar por alguns breves segundos.
Cochilei no sofá do que juram ser a minha casa... Sonhei que estava do outro lado de novo.
Do lado de quem aprendi a amar, do lado do cara que me faz rir no meio do dia, de quem me faz sentir a saudade mais forte e difícil, a mais sincera.
Acordei, e o Big Brother fez questão de tocar a nossa música.
No sonho cantávamos todos juntos, e há umas duas semanas também...
Sinto falta das noites.
Me senti me enganando, mas hoje de dia estava feliz... Aos poucos pego minha vida de volta e meu sonho parece tão surreal quanto o foi.
Não sei se fiz bem, se foi certo... Se esse foi um dos erros homéricos, se eu me arrependo.
Não sei se devia ter ido, voltado, deixado ser comum.
Sinto saudades, daquelas que te ensinei tão bem... E, nas fotos que você não me mostra vejo estampado as suas... vamos respirar juntos?
"traquilo, annanda, tranquilo"- era isso que queria pra dormir.
Preciso das respostas que tenho e sonhar de verdade me faz cambalear... Quero sim tudo de novo!
Do jeito mais infantil, imaturo e de quem não sabe deixar passar...
Como prender entre os dedos?
Não posso te deixar escoar.
A música?

A game show love connection
We can't deny


sexta-feira, 11 de março de 2011

Leite Quente.


Só porque agora me deu uma vontade absurda de falar com ele.
Ele que entrou na sala do curso, enquanto o coordenador português explicava que raios fomos fazer do outro lado do Oceano.
Atrasado, foi bem na hora.
Pensei logo "brasileiro".
Não sei porque... Mas soube.
Novo demais pra eu pegar... Logo vi que era bonzinho demais pra eu deixar ele passar.
Depois de me distrair brigando com o portuga que falou a pérola "Nós em Portugal somos sérios e bem diferentes dos brasileiros!"-Virei onça.
Acho que ele achou graça ou ficou com medo demais.
Menino e branquelo, as espanholas nem acreditaram que era brasileiro.
"Sou do Sul, tchê"
"Sou do Rio, cara." - Falei cheia de marra.
Somos improváveis e por isso nos damos tão bem.
Mais uns minutos e tive certeza que tinha escolhido meu calo, meu branquelo, meu irmão em terras lusas.
Homônimo do meu irmão de sangue, o gaúcho virou meu protegido, mesmo que muitas vezes tenha sido ele a cuidar de mim.
"Oi, minha Morena..."- Aprendeu rapidinho coma malandragem carioca! Danado!
Viu o filho da mãe com a dentuça, não me contou e pagou a cerveja... Devia ter desconfiado!rs
"Compra um celular, traz pizza e vinho."- Disse no tempo em que ele não sabia o que era o mais importante: o vinho. hahahah (Sacanagem! você também tinha importância: abrir o vinho!)
Foram muitas pizza's, feijões, arroz carreteiro e nos empanturramos. (ok, o pavê foi só um....rs)
Apesar d'ele achar que arroz com sanduíche de atum é comida, é uma boa pessoa...Aprendeu meus dramas e sabe fazer cafuné. Não aprendeu a conjugar "trouxer"... mas um dia ele chega lá!
Meu Gui virou um Homem adulto e foi o cara que segurou a peteca, me emprestou a piada e a crise. E depois dessa outra estrada?
Rimos juntos e crescemos. Ele mais do que todos, arrisco.
Ele ligava pra me acordar pra aula e levou chocolate pra tpm, emprestou calça, casaco, cama e o ombro... E quanto ouvido! Muito ouvido!
Trouxe um turco de baixo do braço e me presenteou com uma gaúcha. Eu deixei ele usar minha preta e apresentei a patricinha e deixei ele ficar no meu sofá.
Que grande parceria! Tardes de biblioteca, fuga de aulas, brindes e conversas embriagadas, cúmplices de uma volta ao mundo perfeita, nem que seja uma reviravolta no nosso!
Meu amigo, você faz falta! Você é sempre presente!
Te amo, companheiro!
Uma coisa eu tenho certeza... Apesar de não saber bem pra onde ir: Quem a gente ganha é nosso.

domingo, 6 de março de 2011

Além.


Sempre quis cair no mundo, quem me conhece um pouquinho já tá cansado de saber... Antes de qualquer coisa o sonho maior era ver o que tem "Além do rio da minha aldeia".
Não sabia se era possível, mas sabia que queria muito, quero sempre muito.
Não sei o que eu esperava, mas nunca pensei em algo tão grande...
Que, parafraseando o poeta Caio F.: Tive que quebrar as paredes pra caber.
Há uma semana cheguei no Rio.
Não avisei muita gente, não acreditei muito.

Voltar pra casa tem pouco a ver com pegar um vôo.

Tem muito pouco a ver com isso.

Pra mim estar de volta significa saudades... Em todas as suas representações!

Saudades daqui, dos cheiros e gostos... Estou comendo como uma louca e sinto que assustei a balconista da lachonete ao devorar um bolinho de aipim e ainda com boca cheia pedir um pastel de queijo minas e um guaraná natural, "por favor!"

Saudade, simples.

Saudade da minha cidade do outro lado do Oceano... De todas as palavras que remetem, transmitem e são a minha iluminada e ora gelada Lisboa.

Sabe tem um autor sul americano, que diz que a cidade é feita pelas pessoas, que a paisagem é apenas um pano de fundo, que a cidade é realmente feita pelas tensões de reconhecimento e estranheza entre os sujeitos.

A minha Lisboa é feita de tanta gente que eu amo, que eu estranho e me reconheço.

Deixei eles lá há alguns dias, muitos nem estavam mais lá... Mas, estão.

Nas fotos, no que eu estranhei, no que eu me vi.

Eles me mostraram pra mim, me mostraram o contrário do que a maioria pensa e eu sempre insisti em discordar... E, tive certeza: O mundo é lindo porque tem muita, tanta, tanta gente linda nele.

Me vi em todos um pouco.

Me sinto indo pegar um vôo pra Istambul com o peito apertado e depois feliz por ter abraçado minha mãe.

Me sinto espanhola e aprendi a gostar de sangria.

Sei que pasta com zucchine é a minha favorita e detesto Berlusconi.

Aprendi meia dúzia de palavras em tcheco e polonês e a tomar chá, aprendi que eles podem ser mais brasileiros, ser mais eu que eu pensava.

Deixei eles em mim.
Trago todos dentro do meu peito, deixei que tomassem meus pulmões para caber.
Eles me inspiram fundo.
Expiro porque é justo que tudo que aprendi voe por aí, espalho no vento.

Às vezes respiro realmente fundo, e solto seus vestígios pela minha cidade maravilhosa, conto sobre eles às vezes só pra mim mesma, pra que a gente saiba que tem coisas que são pra sempre.

Eu jamais serei a mesma, eles também.

E, podemos sim brincar de eternidade!

Cada um deixou marcas coloridas, furta cor, matizes ora suaves, ora intensas na minha alma.
Tô enorme!
Alguns deixaram apenas pequenas lições ou roubaram risos de uma noite, com outros eu dividi quarto, comida, banheiro e coração... Todos fazem parte, todos são um pouco cariocas e estão meio perdidos de tanto amor e gratidão pelo mundo e pela vida, eu estou.

Alguns costumam dizer que nos unimos porque estávamos todos sozinhos... Eu realmente acredito que nos unimos porque almas especiais se reconhecem e é a atração natural da vida.

Marina, Guilherme, Ana, Paula, Tuna, Rosana, Manu, Tiago, Rafael, Ricardo, Giulia, Marco, Freddinho, Kazim, Justina, Rafal, Gosha, Marina, Ana, Sylvia, Marta, Mabel, Javi, Javi, Matias, Hugo, Carmem, Sarah, Sara, Lara, Carol, Hector, Victor, Aida, Ygit, Utku, Mert, Petr, Petra, Pavlinia, Natasha, Bru, João Pedro, Maria João, Paolo, Barbara...

A vocês que deixaram meus seis meses de sonho muito melhor: MUITO OBRIGADA!

Vocês foram ALÉM e me mostraram que o Rio da minha aldeia desemboca em um mundo muito mais fantástico do que poderia supor e que em vocês eu tenho casa, abraços, risos, festa e verdade.
Obrigada por me mostrarem que tudo, tudo sempre vale a pena!
Espero vocês pra um samba,
Vejo vocês pelo mundo!
Desejo força nos novos sonhos... Nos seus e nos meus!
Afinal, Toda saída é uma nova entrada e tudo novo de novo!



terça-feira, 1 de março de 2011

See u soon.

Hoje, falta pouco pra atravessar de volta.
Ou em partida... Porque hoje a Annanda é um pouco dividida... Sim, sou carioca da gema, cara.
Mas pode acreditar que tem pedaços meus em todos os cantos do mundo.
As últimas duas semanas foram as mais difíceis... Despedidas e uma sensação de término que sabemos que não existe, mas mesmo assim insiste em nos invadir e a proferir frases fatalistas, melancólicas e bla bla bla...
Não vai ser a mesma coisa, nunca é. Vai ser melhor!
O bairro alto não será mais o mesmo... Mas, veja ele já não é mesmo.
Nossos primeiros dias, miradouro, sangria, shorts e ninguém entendendo nada.
Nada acaba aqui e meus quase 24 anos já deveriam ter me ensinado isso... Mas, a verdade é que nesses dias queria agarrar quem me é querido e levá-los às unhas, dentro da bagagem.
Queria levar pra alguma ilha no meio do Oceano onde viveríamos a la Peter Pan algum conto de fadas.
Vivemos um conto de fadas!
Ontem, algumas dessas pessoas sentou comigo pra rir... Depois de seis meses conseguimos nos entender, paramos de rir uns dos outros e rimos juntos!
Espanhóis, Italianos, Turcos, Tchecos, Polacos e Brasileiros... Levo vocês nas coincidências, nos encontros, no riso que vou abrir quando lembrar das nossas histórias...
São coisas que serão só nossas! Que já são eternas!
Levo vocês na saudade que espero que vocês tenham aprendido o que realmente significa: Deixar ser inesquecível, lembrar com carinho, sorrir, fechar os olhos e mandar energias positivas... Independente da latitude.
Tenho no meu pulso infinitas pulseiras que os mais diferentes amigos me deram para lembrar-los... Eu tenho vocês no coração, isso o tempo não tira.
Trago vocês na palma das mãos, o que vocês mudaram na minha linha da vida.
Muita gente pode não perceber... Mas eu jamais serei a mesma.
Volto com quilos a mais em todos os sentidos, volto com quilos a mais de amigos, surpresas e amores.
Podemos não estar juntos na próxima temporada, mas não se iludam que eu não vá aparecer na sua casa em breve de férias, sorridente, falando alguma sacanagem, dormindo na sua cama, chamando sua mãe de tia, e perguntando o que tem pra jantar...
Mesmo diante de todas as impossibilidades, improbabilidades... A gente é quem a gente ama.

Erasmus Lisboa 2010/2011, Obrigada por terem feito meus dias mais coloridos!