E aí que é assim....
Cê tá quieta, feliz com a sua vida, recuperada, emprego novo, corte de cabelo, amigas ideais, casinhos satisfatórios, viagem eminente.
Tudo tranquilo, tudo numa boa.
Esse negócio de achar o cara ideal nunca te apeteceu. As procuras da sua vida geralmente são coisas mais táteis como: o jeans ideal!
Esse sim você se ocupa de procurar!
Ou quando mais metafísicas -sim! você é profunda, oras!- procura uma boa leitura, uma religião, algo que faça a manutenção dessa paz. Que é como acordar domingo e ficar na cama ouvindo o barulho de sei lá o que, mas é baixinho.
Aí cê tá bem... Tá tudo muito bom...
Eis que aparece a sarna.
Sarnas que são incrivelmente prazerosas. Que te fazem rir no meio do dia. Sozinha.
Que te deixam boba.
Até aí... Uma gracinha!
Você continua numa boa.
As sarnas quando ficam na camada mais superficial da vida são mais fáceis de curar.
Mas, você- entre um happy hour e um samba- de repente, se dá conta que a sarna tá ficando mais séria.
A vontade de arrumar outras coceiras diminui... Ou em casos mais graves acaba!
Você tem se coçado com uma certa assiduidade. Deus! Você se coça a cada ciclo do seu dia?!
O negócio então começa a ficar bom! Ou a ficar sei lá. Aquilo que você não sabe explicar.
SARNA! SARNA! SARNA!
Menina, sua vida é incrível! A maré tava maaansa que só, tinha que arrumar isso????!!!!
Aí, quando você se entrega sem reservas...
Sim! Nós temos! Mulheres pós-contemporâneas aprenderam desde novinhas que:
1) sem camisinha não rola;
2) se ele não sabe é porque não quer (sabemos que não é bem assim, mas melhor pensar que sim);
3) A maior verdade de todos os tempos [que deveria virar mantra]: "Acabou o milho, acabou a pipoca!"
E, mesmo sabendo de tudo isso e lendo Foucault antes do café da manhã, você se entrega sem reservas. Logo você... A mais durona e que se auto-intitulava cascuda.
Entrega e em um segundo tá sabendo como desempelotar, onde fica o sana, qual a escalação do grêmio [sendo que me contaram que você era mesmo botafoguense doente!], qual é o nome de todos os trocentos irmãos que a Sarna tem.
Aí, neguinha, você começa achar fofo que o seu sobrinho que não sabe nem o nome da sua prima saiba o dele, que ele te chame de "mulher", que ronque no primeiro estágio do sono, que ele não possa estar aqui hoje mas deixou seu cheiro no lençol.
A merda tá feita!
Não se dá nome a sentimentos e pulsa. A sarna vira uma ferida boa e você não se preocupa mais se ela vai fechar, se dá trabalho, se vai gangrenar, cair e levar um pedaço de você.
Sarna boa é sarna coçada!
E não adianta, sarna, vir com papo mole. Vou te coçar até cansar. Depois a gente muda de lado e começa de novo.
Depois a gente compra uma pomada e manda entregar na gente.
8 comentários:
Eu amooo essas sarnas, elas me agitam e me trazem novas dúvidas. Se bem que em alguns dias eu prefiro a monotonia da pomada.
Mas saber a escalação do Grêmio??? tá sério o negócio!
hahahaha, prefiro a boa e velha dor de cabeça, mas cada hopocondriaco com sua doença, né?!
ADORO!!!
Que metáfora mais linda e bem humorada, bêibe! É tão bom se deixar vencer, nesses casos.
O conselho seria: procure sarna para se coçar? Haha.
Um beijo enorme.
[Parece que o amor chegou aí]. - Eles, os hermanos.
Perfeito! Acho que comentarei pra sempre!
Acho sarna muito profundas, podemos mudar a metáfora pra uma boa e dramática dor de cabeça?
Advil resolve rapidinho!
E a maior verdade de todos os tempos é outra, minha cara... " Quem dorme com criança acorda mijado!"
hahahahahahaaaa
Eu vou passar a leu o MeiaHora no café da manhã!
hahahahahaahaa
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