quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Trovoada.

Hoje fez silêncio.
Nenhuma palavra.
Nenhuma conclusão.
Tudo quieto.
E a sensação de que tudo já fora antes dito.
Tudo isso já fora sentido.
Grandes poetas, o músico da esquina, corais de câmara já ensaiavam isso antes d'eu nascer.
O cara que morreu hoje de manhã e tantas outras pessoas nesse tempo que não cabe souberam o que descubro.
Mesmo assim insistia em tentar escrever aqui, pra ver se entendo o que se passa aqui.
Tem coisa que é soco na boca do estômago.
Me lembra a chuva dos ar condicionados da Rio Branco, na primeira gota você acha que é chuva, um segundo depois você vê que foi gota.
Hoje não me restam tentativas, nada do que escrevera em tantas páginas se repete, ou faz sentido, ou é diferente desse silêncio. E choveu uma gota.
Acho que é um intervalo que o tempo me deu.
Não é uma conclusão, mas é o que esse silêncio imprime em mim.
Um intervalo, pra tomar um ar, um sol e uma cerveja.
Gota.
Pra começar tudo de novo.
Tá quieto. Mas, não chove mais.
Gota.

2 comentários:

Karla disse...

"Me lembra a chuva dos ar condicionados da Rio Branco, na primeira gota você acha que é chuva, um segundo depois você vê que foi gota."
como vc é fantásticaaaaa
além de poeta filosofa do cotidiano!
mto mto bom!

Karol Gonçalves disse...

Gostei tanto!
Essas gotas são uma ilusão fresquinha!
Ótimo sempre!