segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Todos os degraus ou cansaço.

Já que agora ela vai ter que acordar cedo resolveu comprar o despertador.

O primeiro.

Tirou a carteira de trabalho e descobriu que os tênis moderninhos vão ter que esperar o próximo final de semana livre pra saírem do armário.

Ó vida, essa que tem que ser vivida. Todas as suas gotinhas e suor.

Estar dentro de um arranha céu é menos charmoso e mais complexo do que poderia supor.

Deitar a cabeça molhada no travesseiro em uma noite quente é a sensação que precisava pra aquele dia que anunciava o primeiro verão em dois anos.

Ela sabia que no final desse verão raro haveria outra razão pra esquentar tudo em volta.

Sentir que as pernas estão se moldando de tanto correr atrás, concentrar-se no bem que se faz. Um dia de cada vez. Um dia de cada vez. Deixar o coração crescer desordenadamente, como cidades em desenvolvimento sem qualquer plano estratégico.

Quem nunca se apaixonou hoje, não mora no Rio.

Tenho resolvido as pendências, to colocando a casa em ordem e vou trocar o colchão pra quando você chegar só ter mesmo que me preparar pimentões com arroz.

Só ter mesmo que me espreguiçar, espantar a saudade, me tirar pra dançar.

Um comentário:

Jaya Magalhães disse...

Seu texto parece recomeço. Na verdade, parece início. Descobertas, aprendizagem. Parece que você já sabe o caminho. Você sabe, você pisa, e você ensina a estrada para que esse alguém chegue.

Dança, Annanda. Na desordem. Deita no chão, serve o arroz no tapete, não liga se derramar vinho na roupa. E dancem. Às vezes nem precisa de música.

Um beijo, donaquerida.